sábado, 31 de outubro de 2009

A Viagem

Pra quem quer vir um dia pra Austrália um conselho: queira de verdade! Depois de 3 horas de voo pra Buenos Aires, 10 horas de espera na conexão em plena madrugada (com direito à revista de mala de mão, pessoa por pessoa, antes de embarcar), mais 13 horas de voo até a Nova Zelândia, com 1 hora de escala, e mais 3 horas de voo, finalmente cheguei em Sydney. Resumindo: com a loucura dos fusos, saí do Brasil às 15h30 de segunda e aqui cheguei às 13h30 de quarta. Mas cheguei super bem e, apesar da demora, a viagem foi bem tranquila o tempo todo!!

Bom, mas antes de falar da chegada em Sydney, preciso comentar que já me encantei pela Nova Zelândia. Como o dia estava maravilhoso, a vista da chegada de avião foi uma coisa de outro mundo de tão bonita! Preciso urgentemente “dar um pulinho” lá. A chegada em Sydney não foi tão bonita (talvez pela localização do aeroporto), mas foi um caso à parte. Confesso que meu coração disparou naquele momento, acho que por finalmente estar realizando meu grande sonho. Que sensação boa!

Já em terra, fomos recebidos logo na saída do avião por um policial com um labrador que ia “discretamente” passando pelos passageiros e cheirando as bagagens. Não foi nada constrangedor, mas me chamou a atenção logo de cara. A imigração foi bem tranquila tirando a fila. E ainda fui atendida por um mocinho liiindo (não era loiro) que logo me liberou e no final, depois de ver meu passaporte brasileiro, lançou um sorrisinho e falou “obrigado”, assim mesmo, em português. Adorei!!! Começando com o pé direito.

Saindo do aeroporto uma boa surpresa: minha prima Thais, que já ta morando aqui há um ano e oito meses, foi me buscar e ainda me levou de presente um TimTam, chocolate/biscoito típico daqui e maravilhoso! A verdade é que foi muito bom não ter que pensar sozinha em como chegar em casa. Ah, claro que liguei logo para os Sr. e Sra. Jappe que não viam a hora de receber notícias. Chegando no ap (ótimo, por sinal), a Juju já estava devidamente instalada e no mesmo dia começamos a “brincar de casinha”. Mas isso é assunto para o próximo post. Por enquanto, primeira missão cumprida: cheguei bem e extremamente feliz em Sydney!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

É preciso coragem para ser feliz

Resolvi reativar o blog agora que inicio uma nova e importante etapa da minha vida. E nada melhor do que esse texto, que recebi de uma amiga muito querida e tem tudo a ver com esse meu momento. O nome é "Da Minha Precoce Nostalgia", de Maria Sanz Martins. Espero que gostem!

Quando eu for bem velhinha, espero receber a graça de, num dia de domingo, me sentar na poltrona da biblioteca e, bebendo um cálice de Porto, dizer a minha neta: "Querida, venha cá. Feche a porta com cuidado e sente-se aqui ao meu lado. Tenho umas coisas pra te contar." E assim, dizer apontando o indicador para o alto: "O nome disso não é conselho, isso se chama corroboração!"

Eu vivi, ensinei, aprendi, caí, levantei e cheguei a algumas conclusões. E agora, do alto dos meus 82 anos, com os ossos frágeis a pele mole e os cabelos brancos, minha alma é o que me resta saudável e forte. Por isso, vou colocar mais ou menos assim:

É preciso coragem para ser feliz. Seja valente. Siga sempre seu coração. Para onde ele for, seu sangue, suas veias e seus olhos também irão. E satisfaça seus desejos. Esse é seu direito e obrigação. Entenda que o tempo é um paciente professor que irá te fazer crescer, mas escolha entre ser uma grande menina ou uma menina grande, vai depender só de você. Tenha poucos e bons amigos. Tenha filhos. Tenha um jardim. Aproveite sua casa, mas vá a Fernando de Noronha, a Barcelona e a Austrália. Cuide bem dos seus dentes. Experimente, mude, corte os cabelos. Ame. Ame pra valer, mesmo que ele seja o carteiro. Não corra o risco de envelhecer dizendo "ah, se eu tivesse feito..." Tenha uma vida rica de vida. Vai que o carteiro ganha na loteria - tudo é possível, e o futuro é imprevisível. Viva romances de cinema, contos de fada e casos de novela. Faça sexo, mas não sinta vergonha de preferir fazer amor. E tome conta sempre da sua reputação, ela é um bem inestimável. Porque sim, as pessoas comentam, reparam, e se você der chance elas inventam também detalhes desnecessários. Se for se casar, faça por amor. Não faça por segurança, carinho ou status. A sabedoria convencional recomenda que você se case com alguém parecido com você, mas isso pode ser um saco! Prefira a recomendação da natureza, que com a justificativa de aperfeiçoar os genes na reprodução, sugere que você procure alguém diferente de você. Mas para ter sucesso nessa questão, acredite no olfato e desconfie da visão. É o seu nariz quem diz a verdade quando o assunto é paixão. Faça do fogão, do pente, da caneta, do papel e do armário, seus instrumentos de criação. Leia. Pinte, desenhe, escreva. E por favor, dance, dance, dance até o fim, se não por você, o faça por mim. Compreenda seus pais. Eles te amam para além da sua imaginação, sempre fizeram o melhor que puderam, e sempre farão. Cultive os amigos. Eles são a natureza ao nosso favor e uma das formas mais raras de amor. Não cultive as mágoas - porque se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que um único pontinho preto num oceano branco deixa tudo cinza.

Era só isso minha querida. Agora é a sua vez. Por favor, encha mais uma vez minha taça e me conte: como vai você?