terça-feira, 30 de setembro de 2008

Busca... Ou seria encontro?

BUSCA*

Tenho encontrado muitas pessoas, porém não encontro gente. Há um vazio dentro de cada um, um processo de fechamento em sentimentos. Encontro sorrisos, porém daqueles que expõem apenas os dentes. Encontro verdadeiras tocaias, e não corações. Reservas insistentes da solidão. Tenho encontrado pessoas medrosas, indecisas, escondendo-se de si mesmas. Pessoas que dizem: não sei, não sei se quero, não sei se posso.

Busco por gente que tenha a experiência de sobrevivente de guerra. Busco por gente, que de tanto caminhar, não tenha receio de dizer que seus pés ainda têm muito por machucar. Quero gente de coragem para comigo conversar. Gente que saiba que máscaras não dão mais para usar e, sendo seu perfil interno branco ou preto, tenha a dignidade de revelar.

Busco por gente que chore livremente, sem preconceitos pelas lágrimas derramadas. Quero gente que saiba exatamente para onde está indo e o que deseja encontrar, mesmo que esta busca jamais venha alcançar. Busco por gente, "seres humanos", que saibam se doar. Estes, eu anseio por encontrar. Gente de decisão, sem argumento para esconder escusas ações.

Quero gente que é gente, que mostra a cara, vai à luta e dorme contente. É desta gente que eu preciso! Gente liberta, que me dê um canto em seu colo e saiba me acariciar, sem tempo, sem hora e em qualquer lugar!

*Texto recebido pela Internet.


ENCONTRO

No último fim de semana, contrariando todas as expectativas de dias chuvosos, passei pelos momentos mais iluminados dos últimos tempos. Surpreendendo muitas pessoas, a convite de uma vizinha muito querida, participei de um encontro de jovens no Jardim Botânico.

O encontro foi algo inexplicável, que acho que mesmo se eu contasse detalhe por detalhe ninguém entenderia, nem sentiria o que eu senti (talvez só aqueles que já passaram por experiência parecida). Voltei renovada, uma nova pessoa. Acho que era tudo que eu estava precisando nesse momento. Pode parecer lugar comum, mas acho que foi um reencontro comigo mesma e com um sentimento maravilhoso de fé na vida que devia estar perdido por aí. E foi muito, mas muito bom mesmo!

Conheci aquela “gente” sobre a qual se fala no texto anterior, com histórias de vida interessantíssimas, troquei experiências com "desconhecidos" que com certeza se tornarão novos amigos, esgotei meu estoque de lágrimas pelo resto do ano, mas, acima de tudo, me diverti demais! E, apesar de ter começado o texto falando que ultimamente não tenho conhecido “gente” de verdade, lembrei muitas vezes dos meus pais e dos diversos amigos que já tive a sorte de encontrar, agradecendo por tê-los em minha vida e pedindo que Deus sempre proteja essas pessoas maravilhosas que, não por acaso, ganhei de presente.

Com certeza, indico pra todo mundo que tiver o coração aberto, esse encontro que, utilizando um jargão religioso, é um verdadeiro sopro de vida. Ah, mas fiquem todos tranqüilos que não virei e nem vou virar nenhuma fanática religiosa. E, falando na nossa língua, a verdade é que dei um verdadeiro upgrade no meu astral. Acho que daqui pra frente serei uma nova pessoa!