sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Lista de fim de ano

Como não passo por aqui há muito tempo e nem ando muito inspirada, vou colocar aqui "A Lista" de Oswaldo Montenegro, que vi no perfil do orkut de uma amiga querida. Além de ser lindo, é bom pra aproveitar o momento de reflexão normal dessa época e a tradição das "coisas a fazer" no próximo ano... rsss E que 2009 seja maravilhoso pra todas as pessoas muito amadas que tenho sorte de ter em minha vida!

"Faça uma lista de grandes amigos...
Quem você mais via há dez anos atrás,
Quantos você ainda vê todo dia,
Quantos você já não encontra mais.
Faça uma lista dos sonhos que tinha...
Quantos você desistiu de sonhar,
Quantos amores jurados pra sempre,
Quantos você conseguiu preservar.
Onde você ainda se reconhece...
Na foto passada ou no espelho de agora,
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora...
Quantos mistérios que você sondava,
Quantos você conseguiu entender,
Quantos segredos que você guardava,
Hoje são bobos ninguém quer saber...
Quantas mentiras você condenava,
Quantas você teve que cometer,
Quantos defeitos sanados com o tempo,
Eram o melhor que havia em você...
Quantas canções que você não cantava,
Hoje assobia pra sobreviver...
Quantas pessoas que você amava,
Hoje acredita que amam você!!!"

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Busca... Ou seria encontro?

BUSCA*

Tenho encontrado muitas pessoas, porém não encontro gente. Há um vazio dentro de cada um, um processo de fechamento em sentimentos. Encontro sorrisos, porém daqueles que expõem apenas os dentes. Encontro verdadeiras tocaias, e não corações. Reservas insistentes da solidão. Tenho encontrado pessoas medrosas, indecisas, escondendo-se de si mesmas. Pessoas que dizem: não sei, não sei se quero, não sei se posso.

Busco por gente que tenha a experiência de sobrevivente de guerra. Busco por gente, que de tanto caminhar, não tenha receio de dizer que seus pés ainda têm muito por machucar. Quero gente de coragem para comigo conversar. Gente que saiba que máscaras não dão mais para usar e, sendo seu perfil interno branco ou preto, tenha a dignidade de revelar.

Busco por gente que chore livremente, sem preconceitos pelas lágrimas derramadas. Quero gente que saiba exatamente para onde está indo e o que deseja encontrar, mesmo que esta busca jamais venha alcançar. Busco por gente, "seres humanos", que saibam se doar. Estes, eu anseio por encontrar. Gente de decisão, sem argumento para esconder escusas ações.

Quero gente que é gente, que mostra a cara, vai à luta e dorme contente. É desta gente que eu preciso! Gente liberta, que me dê um canto em seu colo e saiba me acariciar, sem tempo, sem hora e em qualquer lugar!

*Texto recebido pela Internet.


ENCONTRO

No último fim de semana, contrariando todas as expectativas de dias chuvosos, passei pelos momentos mais iluminados dos últimos tempos. Surpreendendo muitas pessoas, a convite de uma vizinha muito querida, participei de um encontro de jovens no Jardim Botânico.

O encontro foi algo inexplicável, que acho que mesmo se eu contasse detalhe por detalhe ninguém entenderia, nem sentiria o que eu senti (talvez só aqueles que já passaram por experiência parecida). Voltei renovada, uma nova pessoa. Acho que era tudo que eu estava precisando nesse momento. Pode parecer lugar comum, mas acho que foi um reencontro comigo mesma e com um sentimento maravilhoso de fé na vida que devia estar perdido por aí. E foi muito, mas muito bom mesmo!

Conheci aquela “gente” sobre a qual se fala no texto anterior, com histórias de vida interessantíssimas, troquei experiências com "desconhecidos" que com certeza se tornarão novos amigos, esgotei meu estoque de lágrimas pelo resto do ano, mas, acima de tudo, me diverti demais! E, apesar de ter começado o texto falando que ultimamente não tenho conhecido “gente” de verdade, lembrei muitas vezes dos meus pais e dos diversos amigos que já tive a sorte de encontrar, agradecendo por tê-los em minha vida e pedindo que Deus sempre proteja essas pessoas maravilhosas que, não por acaso, ganhei de presente.

Com certeza, indico pra todo mundo que tiver o coração aberto, esse encontro que, utilizando um jargão religioso, é um verdadeiro sopro de vida. Ah, mas fiquem todos tranqüilos que não virei e nem vou virar nenhuma fanática religiosa. E, falando na nossa língua, a verdade é que dei um verdadeiro upgrade no meu astral. Acho que daqui pra frente serei uma nova pessoa!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

O fim do que nem começou

“Expectativa é a forma mais pura de prazer. E a mais confiável. Enquanto as coisas que ocorrem nos decepcionam, as coisas que não ocorrem nunca desaparecem. Sempre ficam em nossos corações como um tipo de doce tristeza”. Resolvi começar o texto com essa frase do escritor francês Gustave Flaubert, apesar de achar que o que acontece é geralmente muito melhor do que o que fica só no “e se” das expectativas.

Sábado pós-carnaval. Recém-chegada da Bahia e após muita insistência das amigas, ela resolve beber um chopp – e atualizar as fofocas do melhor carnaval da sua vida. Veste a primeira roupa que vê pela frente, improvisa uma rápida maquiagem – pra disfarçar as olheiras de uma semana mal dormida – e vai para um barzinho que nem costuma freqüentar. Em algum lugar da cidade, ele faz o mesmo – exceto, é claro, a parte da maquiagem.

Assunto é o que não falta. Praticamente fazem fila pra organizar quem fala o quê. De tão entretidas no animado papo, nem percebem quando quatro rapazes chegam no bar e resolvem sentar justamente na mesa mais próxima à delas. Coincidência? Alheias a qualquer sinal de approach, elas só notam suas presenças quando a hostess do bar entrega um bilhete, com um recado e o telefone “do de camisa azul”, justamente praquela que estava mais desligada do movimento em volta. Bilhete certeiro pra quem ainda quer acreditar em finais felizes. Sim, porque não se vê mais iniciativas como essa atualmente.

Não demorou muito pra que começassem a trocar mensagens: mora onde? Estuda o quê? Com o que trabalha? O que gosta de fazer? Enfim, aquele interrogatório típico de quem acaba de se “conhecer”. Pra começarem a se falar diariamente foi um pulo. O papo fluía como se eles se conhecessem há muito tempo. E aquela troca de mensagens e e-mails, ao longo da semana, rapidamente foi se transformando - para ela - numa expectativa enorme para que chegasse logo o fim de semana do “primeiro encontro”.

Bom, não é preciso dizer que quanto maior a expectativa, maior também é a decepção e esse fim de semana nunca chegou, nem naquela semana, nem em nenhuma outra mais tarde. É verdade que continuaram se falando, mas não passava disso. Aliás, isso acabou deixando-a ainda mais confusa. Afinal, se partiu dele todo o approach lá do começo, por que de repente tudo ficara tão difícil de se desenrolar? Alguma coisa só poderia estar errada. Definitivamente, intuição feminina nunca falha e pouco tempo depois ele apareceu namorando. Estava envolvido “numa história antiga que pegou de surpresa”.

Sem querer entrar no mérito de ser verdade ou não, toda aquela sinceridade da iniciativa no bar foi por água abaixo com a falta de explicações que ela esperava ter agora e nas quais ele nem deveria mais estar pensando. Mas fazer o quê? É como diria uma amiga: criar expectativas é mesmo um traço feminino. Para tudo criamos expectativa: seja por conta da nossa mente fértil, seja por motivos óbvios – ou falsas esperanças - que o outro nos dá. O homem, por sua vez, vive ali o momento, puro e simples, sem pensar no “pra frente”. E assim segue feliz. E sofre menos. Porque não passa pela dor da realidade que uma hora vem esquartejando a tal da expectativa, e leva embora o doce sentimento “daquilo que poderia ter sido”.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Convívios à distância

Essa semana uma grande amiga foi morar em Portugal. Sonho antigo de quem sempre teve os pés aqui no Brasil e a cabeça na Europa. Fui a primeira a dar a maior força porque acredito que lá ela será muito mais feliz. Só agora, porém, que todo o planejamento se fez realidade, começo a me dar conta de como sentirei falta dessa amiga que talvez seja uma das mais antigas presenças em minha vida.

Talvez se eu tivesse seguido os conselhos do Manual de Conservar Caminhos – aquele mesmo, do texto anterior... Sim, ele diz pra você não se apegar muito às pessoas, porque elas vêm e vão, quando menos se espera. Tarde demais. Se tem uma coisa impossível de fazer é eu não me apegar àqueles de quem gosto. E quem me conhece sabe que é assim: sofro junto mesmo, tomo as dores, mas também dou risada, comemoro. Gosto de estar junto.

E, por mais que não seja meu primeiro amigo indo atrás de novos horizontes, esse “surto” de pessoas queridas indo morar longe, está me fazendo perceber que cada vez mais os convívios à distância terão que fazer parte da minha vida.

Mais uma vez sou colocada à prova. Não sei se é por já ter passado por isso, mas agora sinto uma certeza boa de que nada mudará com relação à amizade. Por que sei disso? Talvez por saber que temos afinidade e, quando esta existe, não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Qualquer reencontro possível – aqui ou mundo afora – fará retomar a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido.

Essa foi pra todos os meus amigos que já estão longe. Mas, principalmente, pra minha querida amiga-irmã. Boa viagem. Boa Sorte. Boa vida.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Manual de Conservar Caminhos

Atendendo a muitos pedidos e, enquanto eu não consigo atualizar isso aqui com um texto meu (na verdade muito mais por isso... rs), segue o "Manual de Conservar Caminhos". Se alguém souber quem é o autor, "please, let me know".

O caminho começa em uma encruzilhada. Ali você pode parar para pensar em que direção seguir. Mas não fique muito tempo pensando, ou jamais sairá do lugar.

Faça a pergunta clássica de Castañeda: qual destes caminhos tem um coração? Reflita bastante sobre as escolhas que estão adiante, mas, uma vez dado o primeiro passo, esqueça definitivamente a encruzilhada, ou sempre ficará sendo torturado pela inútil pergunta: “Será que escolhi o caminho certo?” Se você escutou seu coração antes de fazer o primeiro movimento, você escolheu o caminho certo!

O caminho não dura pra sempre. É uma benção percorrê-lo durante algum tempo, mas um dia ele irá terminar. Portanto, esteja sempre pronto para se despedir, a qualquer momento. Por mais que você fique deslumbrado por certas paisagens, ou assustado com algumas partes, onde é necessário muito esforço para seguir adiante, não se apegue à nada. Nem às horas de euforia, nem aos intermináveis dias onde tudo parece difícil e o progresso é lento.
Honre seu caminho, foi sua escolha, sua decisão, e, na medida em que respeita o chão que pisa, também este chão passa a respeitar seus pés. Faça sempre o que for melhor para conservar o seu caminho e ele fará o mesmo por você.

Esteja bem equipado. Leve um ancinho, uma pá, um canivete. Entenda que, para as folhas secas, os canivetes são inúteis, e, para as ervas muito enraizadas, os ancinhos são inúteis. Saiba sempre que ferramenta utilizar a cada momento. E cuide delas, porque são suas melhores aliadas.

O caminho vai para frente e para trás. Às vezes é preciso voltar, por que algo foi perdido. Ou uma mensagem, que devia ser entregue, foi esquecida no seu bolso. Um caminho bem cuidado permite que você volte atrás sem grandes problemas.

Tenha paciência. Às vezes, é preciso repetir as mesmas tarefas como arrancar ervas daninhas ou fechar buracos que surgiram depois de uma chuva inesperada. Não se aborreça com isso, faz parte da viagem. Mesmo cansado, mesmo com certas tarefas repetitivas, tenha paciência.
Os caminhos se cruzam, as pessoas podem dizer como está o tempo. Escute conselhos, tome suas próprias decisões. Só você é responsável pelo caminho que lhe foi confiado.
A natureza segue suas próprias regras: desta maneira você deve estar preparado para súbitas mudanças do outono, o gelo escorregadio no inverno, as tentações das flores na primavera, a sede e as chuvas de verão. Em cada uma dessas estações, aproveite o que há de melhor e não reclame das suas características.

Faça do seu caminho um espelho de si mesmo: não se deixe, de maneira nenhuma, influenciar pela maneira como os outros cuidam de seus caminhos. Você tem sua alma para escutar, e os pássaros para contar o que a alma está dizendo.

Que suas histórias sejam belas, e agradem tudo que está à sua volta. Sobretudo, que as histórias que a sua alma conta durante a jornada sejam refletidas em cada segundo de percurso.
Ame seu caminho. Sem isso nada faz sentido!

sexta-feira, 28 de março de 2008

Reflexões de uma mente – ainda não tão - perigosa.

Cá estou. Decidi, por livre e espontânea pressão de amigos, me render às maravilhas da escrita. Sobre o quê escrever? Menor idéia. Como disse uma amiga - também iniciante em blogs - não quero um diário, não quero confete. Não quero provocar discussões, muito menos impor opiniões. Quero apenas passar pro papel reflexões que faço diariamente, ainda que só no trajeto casa-trabalho, ou naqueles cinco minutinhos antes de pegar no sono.

Já falaram da minha capacidade de escrever detalhadamente. Dizem que parece que quem lê está vivendo a situação. Sei que não é o caso de um blog – até porque, se eu fizer isso aqui, terei no máximo dois leitores (meus pais, claro) e talvez – com boa vontade - mais uns dois ou três companheiros/críticos de blog. Então decidi que me apresentar será o único detalhamento necessário aqui.

E é assim que lembro uma primeira característica minha: uma mania boba de me preocupar com o que os outros estão pensando. É incrível como, mesmo não querendo confetes, estou o tempo inteiro questionando “o que meus amigos redatores (e escritores!) vão pensar?”. Vou tratar de ignorar esses pensamentos e me dar um desconto. Já vivo numa eterna briga - camuflada - entre razão e emoção, que se for começar a pensar demais não começo nunca isso aqui.

O que me leva a falar de disfarces. No trabalho disseram que tenho um copo especial para, nos momentos de stress, correr pro banheiro, gritar e “jogar fora o berro” – e junto com ele toda a irritação – e voltar como se nada tivesse acontecido. O fato é que não aconselho ninguém a despertar a fera adormecida – na maior parte do tempo - em mim. Não tenho TPM, mas tenho limites e quando saio do sério tenho até medo do que falo. Aliás, tenho achado que não ter TPM não é bom sinal. Se estou de mau humor logo me perguntam o que houve. Seria tão mais simples ter uma desculpa pronta na ponta da língua... Ok, o jeito é assumir: sim, também tenho meus maus dias.

O quê mais me descreve... Curiosa? Demais! Adoro que as pessoas me contem suas histórias de vida – quanto mais detalhada melhor. Observadora? Mais ainda! Difícil algum acontecimento me passar desapercebido. Adoro me envolver com tudo e com todos. Talvez por isso me identifiquei tanto com o texto “manual de conservar caminhos”. Mas isso já é outro assunto. Por hora só quis colocar a cara no mundo. Vamos ver no que vai dar.